As primeiras Marcas que se tem conhecimento na história nasceram na necessidade de gravar a origem dos produtos. Algumas das primeiras Marcas a cruzarem maiores extensões geográficas foram as Marcas distintivas de reinos e governos.
Sabia que brand (Marca em inglês) deriva de brandr, palavra que era dada à ação de gravar o gado com ferro quente e deixar um símbolo para atestar a origem do produto?
Neste texto, vamos contar algumas curiosidades e fatos históricos que revelam como as Marcas evoluíram ao longo dos séculos, passando de simples gravações em objetos para um conjunto simbólico de identificação comercial que influencia desejos e hábitos de consumo.
Como começou
As primeiras Marcas que se tem conhecimento na história nasceram na necessidade de gravar a origem dos produtos. As antigas civilizações da região do Mediterrâneo fabricavam utensílios de barro e faziam alguns símbolos que indicassem a sua procedência muitas vezes com a sua impressão digital ou com desenhos como peixe, estrela, cruz ou outras referências. Estas práticas tornaram-se comuns tanto no ocidente como no oriente, com pedreiros e artesãos a assinalarem as suas peças com sinais que os identificassem.
O surgimento do comércio
Quando surgiram os primeiros estabelecimentos comerciais, esses colocavam cartazes e imagens para indicar a disponibilidade dos seus produtos. Como esse comércio era numa escala local, essas primeiras Marcas também não comunicavam para grandes distâncias.
Algumas das primeiras Marcas a cruzarem maiores extensões geográficas foram as Marcas distintivas de reinos e governos, a exemplo da flor-de-lis de França e da águia do Império Austro-Húngaro.
A partir da Idade Média, ficou mais claro que o uso de Marcas para os produtos estava cada vez mais a indicar um sistema de controlo de quantidade e de produção, dando um certo “sentido prático” para as primeiras trademarks (Marcas de comércio).
O sentido comercial da Marca veio apenas no Século XI, com uma sociedade marcada pela divisão de trabalho e com atividades comerciais feitas à distância. Como o produtor não vendia diretamente ao consumidor, a Marca era uma ligação entre a origem e o destinatário e fincava um contrato de qualidade.
Nos séculos XVII e XVIII ficou mais compreensível a expansão do uso de Marcas com peças de porcelana, tapeçaria e mobílias que queriam indicar qualidade de fabricação, principalmente na Europa. Em consequência, apareciam normas que tentavam controlar a utilização verdadeira das Marcas, além de evitar os primeiros “plágios”, para estabelecer confiança na produção e na entrega.
Outro marco de expansão foi efeito das inovações advindas da Revolução Industrial, que proporcionaram produções em maior escala e a expansão da distribuição de produtos. Não demorou muito para que criativos cartazes publicitários passassem a expor as Marcas que estavam a ser oferecidas ao público.
As Marcas foram ainda mais impulsionadas ao mercado depois da Segunda Guerra Mundial, com a chegada de novos produtos e com a revolução dos sistemas de comunicação em massa. Assim, com a evolução das atividades comerciais, foi-se percebendo que as Marcas poderiam ter um valor econômico simbólico nas práticas sociais.
A atualidade
Atualmente podemos considerar que além de ser uma representação gráfica com uma finalidade comercial, a Marca também é um símbolo que pode atribuir uma personalidade e construir relacionamentos com os seus públicos. Não é a toa que hoje em dia é tão importante registar uma Marca, definir o seu posicionamento e gerir o seu desempenho no mercado, uma vez que a Marca tem valor (brand equity).
As Marcas da atualidade, como as conhecemos, têm o poder de associar-se a propriedades intangíveis que ajudam a diferenciar a sua empresa e os seus produtos no mercado e na mente dos consumidores. Algumas Marcas são tão influenciadoras que reorganizam fluxos financeiros para além de orientarem hábitos e valores para a sociedade.
Para realmente entender a influência das Marcas no nosso quotidiano, e assim conseguir explorar as suas possibilidades nas nossas tarefas empresariais, é preciso perceber que as Marcas de hoje podem transmitir mais do que atributos físicos dos produtos e serviços. As Marcas podem evocar emoções e preencher vazios individuais e coletivos e este é um campo fascinante que deve ser melhor explorado pelos profissionais da área.
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