Historicamente a autogestão é uma forma de organização oriunda das práticas anarquistas mas, cada vez mais, ela tem tornado as empresas em coletivos e parece que a prática está a dar resultados positivos.
A autodisciplina
Ao contrário do que se pensa, numa organização sem hierarquia a autodisciplina deve ser extrema. Longe do que corre no senso comum, a ausência de hierarquias pode supor não uma confusão generalizada, em que cada um faz o que quer, mas sim a verdadeira prática da autodisciplina.
Para aplicar-se um ambiente de autogestão a funcionar, deve-se desenvolver uma consciência de pertencer a um grupo e da divisão das tarefas. Desta forma o colaborador ganha autonomia para trabalhar e um elevado senso de responsabilidade no que diz respeito à prática dos seus afazeres, uma vez que não irá ter um chefe para sanar as suas falhas.
Grupos de trabalho
Numa relação de autogestão não existem hierarquias claras. Ou seja, não há um chefe de um setor ou responsabilidade. Os caminhos e direções são decididos por todos ou por comissões aceites pelo todo ou maioria.
De um modo geral, as organizações por autogestão dividem-se em grupos de trabalho onde cada um assume uma função de acordo com os seus interesses e aptidões. O interessante aqui é que uma pessoa pode liderar um projeto numa ocasião e em outro momento “apenas” ser orientado, de acordo com os compromissos que vai assumindo e partilhando. A responsabilidade é legitimada pelo coletivo, que tem o poder de julgar se o trabalho foi responsável e de salutar para a organização. Isso minimiza a possibilidade dos chefes autoritários e despreparados que ameaçam a autoestima e o compromisso de toda a equipa.
Compromisso do grupo com os resultados
Uma vez que um coletivo, em autogestão, parte do pressuposto da igualdade de participação, de importância e de responsabilidades, espera-se que o senso de urgência para a realização das tarefas seja alto. Desta forma, tudo diz respeito a todos. Ameniza-se o pensamento “isto não é problema meu” porque afinal é sim problema de todos. O que isso significa? Pessoas trabalham juntas para um fim comum, partilhando processos, informações e cooperando para o resultado e não para o mérito, que afinal, é de todos. Como se trabalha em grupo, a tendência é um tomar para si o trabalho que o outro não está a conseguir. Isto pode ser útil na diminuição da burocracia e daquela concorrência interna exagerada.
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