A aplicação e o desenvolvimento da mentalidade de Branding para as Marcas de grande porte, ou que já têm contato antigo e mais duradouro com as pessoas, comparativamente às micro, pequenas e médias empresas, faz-se de maneira mais facilitada, uma vez que a penetração da comunicação é histórica ou massiva e multiplataforma, a partir de um poder de investimento normalmente maior. Por isso, entre a ação (da Marca) e reação (das pessoas) há uma distância teoricamente curta.
Quando olhamos para o universo das MPMEs, onde o poder de comunicação é reduzido e os investimentos canalizam-se em verticais ou nichos, com estruturas mais curtas e totalmente voltadas à geração direta de receita, notamos alguma desconfiança ou desconforto natural no entendimento “do tal” Branding, principalmente na sua suposta distância dos resultados tangíveis do negócio e a sua real contribuição para o business.
Para desmistificar isso, estudámos alguns resultados de carreira que conseguimos aplicar em clientes de segmentos diferentes, mas que são micro, pequenos ou médios negócios, a partir de mensurações tangíveis de construções e trabalhos durante os projetos orientados a Branding.
De alguma forma, a crescente ou sustentação do negócio esteve atrelada aos termômetros que descrevemos abaixo, e que também podem ajudar a alinhar expectativas.
Comunicação com retorno
A pior coisa que existe na comunicação é falar e não ser ouvido. A primeira verificação é conferir se os canais selecionados para a comunicação da empresa são, de fato, relevantes para o público que se quer atingir, lembrando que, a cada dia, mais e mais plataformas são lançadas e a nossa Marca não pode ficar refém delas. Para cada tipo de canal, deve existir uma forma de comunicar. Quando a Marca fala e é correspondida, a conexão foi feita. Agora, é aproveitar e manter uma comunicação relevante, atrativa e eficiente com o seu público.
Interação digital
Uma das formas mais simples de mensurar a performance de uma Marca nos canais digitais é a avaliação dos números de envolvimento, interações e conversas nas Redes Sociais. Por e-mail, é possível encontrar plataformas que indicam o número de cliques em links, visualizações e outros status, assim como o número de acessos a conteúdos produzidos pela Marca.
A evolução da qualidade de todos esses indicadores pode representar um bom engajamento digital. É claro que cada empresa deve criar os seus próprios parâmetros, mas saber que, organicamente, uma publicação no Facebook teve alguma relevância superior às outras, é sinal de que o caminho pode ser esse. Muito embora conteúdos certos e relevantes façam completamente a diferença, é preciso criar o hábito de alguns investimentos para que o seu ambiente digital tenha relevância e uma performance mais assertiva.
O feedback é lei
Só conseguimos saber o que o amigo está a sentir quando perguntamos o que ele tem. É assim na relação da Marca com o seu cliente. Marca não é o logotipo, o visual, a cor ou a mascote. Marca é muito maior. É uma entidade que precisa fazer sentido para alguém. E só fazemos sentido para as outras pessoas quando preocupamo-nos com elas. Crie possibilidades para que a sua empresa colete a opinião dos seus clientes. Pode ser uma pesquisa, uma conversa franca olhos nos olhos, um telefonema ou uma caixa de sugestões. Estar para o cliente – com equilíbrio – é fundamental.
Oportunidade para um novo encontro
Quando procuramos relevância, também procuramos proximidade e continuidade de quem queremos impactar. Fazer a sua Marca promover estratégias de relacionamento com os clientes é sempre interessante. Um voucher para a próxima compra, um acesso a um conteúdo exclusivo ou qualquer ação que tenha a ver com a proposta de valor da Marca é bem-vinda. Se essa relação for bem sucedida, pronto. Mais um indicador de que a performance da sua Marca está boa.
Facilidade de venda
Muito apontado pelos vendedores e departamentos comerciais, depois de um período médio de 12 meses, tornam-se comuns relatos de “menos esforço de venda”. Quando uma Marca cria conexão com o seu público e passa a ser, de fato, relevante para ele, a tendência é que se torne parte da rotina dele, de modo a promover um esforço menor para uma venda, seja com menos argumentações ou negociações mais brandas.
Parece simples, mas há muito trabalho por trás, regado de estudos, testes, planeamentos, ações e atitudes. Não há fórmula mágica. Todo o projeto depende das variáveis, como o investimento, o tempo, os recursos humanos disponíveis, as contribuições partilhadas entre cliente e agência/consultoria e o engajamento da equipa, equiparados à situação e momento da empresa. Mas, guiar-se pelo termômetro acima é um bom começo.
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