Quando se fala em geração Y, uma série de adjetivos logo coneta-se aos jovens ingressantes no mercado de trabalho, porém, na maioria das vezes esses adjetivos nem sempre são os mais favoráveis.
Ansiedade e pressa por exemplo, é uma característica dos jovens independentemente do ano em que essa fase foi vivida. O que pode diferenciar a geração de hoje em relação às anteriores, é a forma de como lidam com isso.
Caracterizados como ansiosos, ambiciosos, insubordinados, impulsivos, apressados e tecnológicos demais, os integrantes da geração do milênio (como também são conhecidos) estão a ser vistos como a única geração a agir desta forma e, por esse motivo, muitas vezes sofrem um certo “preconceito” diante das gerações anteriores.
As empresas ao perceberem estas fortes características começaram a correr atrás do prejuízo e iniciaram uma procura de soluções para entender e engajar essa geração de acordo com os seus moldes.
Os jovens, ao captarem a mensagem de insatisfação das organizações, começaram a forçar um estereotipo para diminuir a sensação de decepção por parte das companhias. E assim, o conflito entre gerações continuou em andamento. Mas será que a geração Y é realmente a primeira a agir da maneira como tem sido rotulada?
Se pararmos para analisar parte dessas características, rapidamente chegaremos à conclusão de que a questão principal não é dependente de ser Y (nascidos entre as décadas de 80 e 2000), X (nascido entre as décadas de 60 e 80), babyboomers (nascidos entre as décadas de 40 e 60) ou tradicionalistas (nascidos antes da década de 40).
Ansiedade e pressa, por exemplo, é uma característica dos jovens, independente do ano em que essa fase foi vivida. O que pode diferenciar a geração de hoje para as anteriores é a forma de como lidam com isso. Esta sede de crescimento, por exemplo, hoje é declarada aos quatro ventos, ponto que em outras épocas ficava mais implícito, mas que nunca deixou de existir.
Outra questão a ser analisada é o fato de serem intitulados infiéis e descomprometidos. O fato é que, não é somente a geração Y que tem mudado de emprego com rapidez. Os cidadãos em geral estão a apresentar essa característica e não seria justo deixá-los assumir esses títulos sozinhos. Isso dá-se pelo fato do mercado de trabalho estar cada vez mais aquecido, gerando uma rotatividade maior.
Os jovens querem estabilidade profissional desde que lhes sejam oferecidos oportunidades de crescimento, aprendizagem e valorização do seu trabalho, assim como qualquer outra parte da população também o almeja, provando mais uma vez que isso não é exclusividade da geração do milênio.
Temos de concordar que o fator tecnologia é um forte atributo Y e que, esse sim, pode ser visto como assimilação dessa geração. Certamente toda essa interação é de grande impacto não apenas no ambiente profissional, mas também nas rotinas pessoais. Hoje em dia, os meios de comunicação são muito mais facilitados, possibilitando um extenso leque de conhecimento.
Porém, devido a velocidade que esses relatos são transmitidos, e o fato de os jovens em geral satisfazerem-se com conteúdos mais superficiais, acabam por diminuir a profundidade das informações (o que realmente precisa ser alterado). O que pode ser considerado um erro grave é afirmar que o seu único meio de comunicação é virtual.
A geração do milênio é mais tecnológica sem dúvida, mas isso não significa que tenha problemas com a comunicação presencial e que esse seja o seu meio de comunicação dominante (há exceções como em todas as situações).
Cada geração tem as suas características mais expressivas. Algumas são influenciadas por fatores econômicos, outras pela época em que vivem e existem ainda aquelas semelhantes em todas as gerações mas que na verdade só ganham algumas pitadas de contemporaneidade.
Então, convidamo-lo a uma reflexão: os rótulos das gerações impostos pelo mercado devem ser levados em consideração até que ponto?
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